quinta-feira, 4 de março de 2010 - Semana de Paris – Outono/Inverno 2011: Dries van Noten, Giles, Rochas e Gareth Pugh

Dries van Noten: deixando de lado suas tradicionais referências étnicas, ainda que elas estivessem presentes nas peles de leopardo, o estilista combinou o passado, sobretudo os anos 50, com o esportivo, resultando em uma coleção. Calças de modelagem solta, afuniladas no tornozelo e coletes de zíperes em contraste com trenchs, blazers, saias e vestidos em A garantiram a boa coleção, que teve ainda como base da cartela preto, bege, marinho e verde, alguns toques de dourado e verde limão, xadrez nas peças em lã e florais pintados à mão nas sedas.

Giles: Esta já é uma das coleções mais comentadas da temporada por reunir um verdadeiro time de tops, quase uma reunião da Victoria’s Secret: Karolina Kurkova, Alessandra Ambrósio, Jeisa Chiminazzo, Carol Trentini, Ana Beatriz Barros, Angela Lindvall, Jessica Stam… ou seja, nada de modelos robóticas e esqueléticas. Mas o desfile não valeu apenas por isso, pois Giles Deacon é um craque em tecer ironias e desta vez juntou anos 50 e um clima “Mulheres Perfeitas”. O objetivo era exaltar as formas femininas, com corselets, vestidos tubinho com cintinho de lacinho, mini saias de pregas ou retas e vestidos com barras de babados. E mais: calças cigarrete, golas e detalhes de peles, toques esportivos em coletes matelassados e uma cartela de neutros (beges, marrom, cinza, creme), vibrantes (amarelo) e metalizados (cobre). A ironia final estava na bolsa de pelúcia com olhos de personagens de quadrinhos.

Rochas: Marco Zanini assistiu o filme “Cactus Flower”, de 1969, e imaginou o que sairia da união entre Goldie Hawn e Ingrid Bergman. Assim, modelos com penteados bufantes da época entraram na passarela com tubinhos, suéteres, jaquetinhas quadradas e calças quase skinny, que faziam a diferença pela combinação de cores e materiais: camelo, preto, branco, marrom e verde, azul, salmão e dourado. Flores e laços aplicados foram um detalhe importante, assim como as peças com estampa metalizada ou com babados nas barras e punhos. É bom ver que a grife ganha espaço e uma nova identidade: continua feminina, porém de forma casual.

Gareth Pugh: o estilista ficou totalmente associado ao gótico, graças às suas criações dramáticas e uso do preto. Agora, ele está tentando criar uma identidade um pouco mais comercial, sem abrir mão de suas origens. O preto continua dominante, com exceção de alguns looks em oliva e cinza, mas havia um clima futurista forte nas jaquetas de couro trabalhadas, com destaque para golas e caudas nos casacos, nos vestidos tubinhos e nas calças boot cut – peças perfeitamente usáveis. Ponchos de crochê e correntinhas sobre os vestidos apareceram no final, lembrando o DNA ousado de Pugh.


fonte: Modalogia

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